A Internet é provavelmente uma das ferramentas mais importantes de toda a história da humanidade. Através da rede temos acesso a uma quantidade absurda de informações, de maneira muito simples e relativamente fácil de se encontrar.
Como todo bônus, temos aqui um ônus. Através da mesma via que qualquer um pode ter uma voz positiva e auxiliar na criação de conteúdo, temos uma leva de pessoas com comportamento destrutivo.
Dentre determinados grupos, qualquer opinião discordante torna as pessoas inimigas diretas. Para estes indivíduos não existe a possibilidade de coexistência com seres humanos que tenham um pensamento diferente. Sequer o respeito pela opinião alheia acontece, geralmente rotulando quem pensa diferente de nomes pouco samaritanos.
Dentro desta introdução, queria inserir um contexto onde enxergo que se encaixam os opositores a determinados projetos Open source.
systemd
Quando o substituto do bom e velho SysV foi anunciado, com imenso apoio da gigante Red Hat, uma onda de pessoas se mostrou contrária a ideia de um init controlando grandes parcelas do sistema operacional como um todo.
Confesso que, a primeira vista, também torci o nariz para o systemd.
Estudei sobre o assunto, me informei e cheguei a conclusão que, como tudo, existem pontos positivos e negativos.
A discussão seguiu e descobri que havia um site (pelo jeito já saiu do ar) chamado boycottsystemd.
Li os argumentos postados, e realmente alguns faziam sentido enquanto outros eram absurdos. Porém, pensei, não quero ser esse tipo de pessoa.
Linux
Depois descobri que existia uma galera ainda mais extremista, que defende o ponto de vista que todo o Linux está desvirtuado e deveria ser boicotado (e todo mundo deveria usar variantes do BSD). O site do projeto ainda está no ar, podem conferir em: http://www.boycottlinux.org/
Docker
Como já publiquei por aqui, estudei bastante Docker atualmente e surpreendi com a inovação que a ferramenta pode agregar, assim como alguns paradigmas podem ser quebrados e mudar a maneira como realizamos certas tarefas.
Adivinhem? uma galera discorda: http://www.boycottdocker.org/
Todo mundo tem o direito, e deve, se expressar. Mas tenho algo a dizer para todo mundo que pensa assim:
O mercado não se importa com você
Mudanças vão acontecer, paradigmas vão mudar, ferramentas vão ficar obsoletas e dar lugar a outras, atualizações irão depreciar antigos comandos e tudo isso vai acontecer quer você queira, quer não.
A maioria destas ideias de boicote acaba não dando em nada, apenas absorvendo tempo dos envolvidos que poderia ser usado sabe para que? se atualizar!
A cada mudança tecnológica vemos surgirem defensores árduos de continuar como está. Não sei se é por comodismo, falta de vontade em aprender algo novo ou o medo do desconhecido.
O fato é que ninguém sai ganhando com isso, é um comportamento que só vai gerar atraso.
O mundo não para e quem parar fica pra trás!
Independente da sua área de atuação, seja TI, medicina, contabilidade ou qualquer coisa, temos que ter uma coisa em mente: Vivemos em um mundo globalizado, onde o ritmo de atualização é insano e acaba gerando a obrigação de nos manter atualizados.
Não quer aprender systemd? OK, continue no bom e velho init.d. Não gostou do Docker e nem quer saber do que se trata? Sem problemas, continue desenvolvendo suas aplicações e montando sua infraestrutura da mesma maneira de sempre.
Porém, prepare-se para começar a ver oportunidades passarem pela sua frente e pessoas mais atualizadas agarrando-as.
No filme Pirates of Silycom Valley, tem uma discussão entre Bill Gates e Steve Jobs que ilustra bem isso. No diálogo, Jobs questiona Gates sobre o contrato com com a IBM, dizendo que os sistemas dele é melhor.
Gates responde de maneira enfática: “Isso não importa mais”.
Conclusão
A lição que tiramos disso é que nem sempre a melhor tecnologia se sobressai no mercado. Conheço gente que afirma que o Betamax era melhor que o VHS ou quem jure que o HD-DVD era superior ao Blu-ray. Onde estão o Betamax e o HD-DVD agora?
É papel dos profissionais de tecnologia dominar as ferramentas que regem o mercado, ou fica pra trás.